quinta-feira, 13 de outubro de 2011

De perto ninguém é normal...

Sempre gostei mais do imaginário do que do real. Na verdade minha vida nunca me ofereceu algo realmente interessante.
            Fui uma criança normal, dita feliz, nunca tive luxo, mas nada realmente necessario me faltou. Dizem que para uma criança ser realmente feliz precisa ter ido à Disney.
Talvez falte isso para encerrar uma fase.

            Como eu ainda não fui à Disney, a parte infeliz da criança dentro de mim me cobra.
            Na adolescência, bem...
“Eu tenho uma teoria sobre essa fase na vida das pessoas: Acho que todo ser humano tem um espírito. Quando chegamos à adolescência esse espírito é abduzido e o que habita o corpo humano é um ser não pensante e irresponsável. Por isso é tão comum que um adolescente tenha atitudes tão irritantes, as vezes, determinada, achando que são donos da verdade.
Quando o corpo começa a sofrer as alterações para a vida adulta, esse ser, esse espírito irresponsável deixa o corpo e o tudo “volta ao normal”
            Fui uma adolescente tida como normal. Pintei minhas unhas de preto, meu batom era preto, usava roupas pretas, cortei meu cabelo num estilo semi-moicano; furei meu nariz em uma época onde nem tinha piercing.
            Me apaixonei por mortos: Elvis Presley, Jim Morrison. Amei um integrante de uma banda de rock: Duff Mckagan, tatuei o nome dele na minha mão (minha mãe quase me matou).
Sabe o que me espanta mais, ver todas as pessoas da minha idade modificando seus gostos e “voltando ao normal” e eu numa briga interna: um espírito adolescente preso num corpo adulto, tentando dividir espaço com um espírito responsável.
Em que momento eu tropecei, peguei o caminho errado e me tornei uma adulta frustrada?
Eu ainda quero ir à Disney, eu ainda ouço rock, eu ainda amo o Duff. Só não sou feliz.
O que é felicidade? Não sei explicar, porque nao acho que exista. Acredito em momentos. Momentos tristes, momentos felizes, momentos catatônicos.
                                                                                      
                                              
Lembro-me quando adolescente, escrevia sem parar, criava historias para minha vida. Uma historia diferente daquela que vivia. Nela tinha o amor, a felicidade e... estar fora do país.
Acho que acabei de ter uma catarse.
Claro que a frustação de nao ter saido do país ainda se deu na adolescência. Eu, realmente, acreditava no que escrevia. Acreditei que para ter uma vida adulta feliz, eu deveria tomar aquele rumo. Mas tomei outro.

De perto ninguém é normal...

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